Sindicato Rural de Bela Vista MS

Indígenas têm até sábado para deixar fazenda em Sidrolândia, MS

Índios da etnia terena têm até as 15h de sábado (18) para deixar a fazenda Buriti no município de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. A área foi ocupada na quarta-feira (15) por pelo menos 180 indígenas, segundo informações da Fundação Nacional do Índio (Funai).

O dono da propriedade, Ricardo Bacha, entrou com um pedido de reintegração de posse, que foi deferido, em caráter liminar, na tarde de quarta, pelo juiz da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Renato Toniasso. A decisão judicial determina que os mandados de reintegração de posse sejam cumpridos com urgência.

Duas equipes da Polícia Federal estão na propriedade para preservar a segurança dos índios. O delegado Alcídio de Souza Araújo disse ao G1 confiar que os terena deixarão o local dentro do prazo.

Segundo informações da Funai, quatro propriedades rurais estão ocupadas por índios em Sidrolândia. As fazendas Santa Helena, Querência e Buriti foram ocupadas na quarta e a fazenda Cambará nesta quinta.

A situação na Buriti é de maior tensão. Pelo menos 20 produtores rurais foram ao local nesta tarde em apoio aos donos da fazenda, mas foram impedidos pelos policiais federais de entrar na propriedade. O delegado da PF considerou que a ação foi inoportuna e ameaçou a negociação com os índios para que a reintegração de posse seja cumprida.

Araújo também explicou ao G1 que, por enquanto, há mandado para reintegração de posse apenas para a fazenda Buriti. Segundo informações da PF, policiais foram à área para acompanhar um oficial de justiça, que entregou uma notificação aos indígenas sobre o prazo para deixar o local.

O coordenador técnico da Funai em Sidrolândia, Jorge Antônio das Neves, disse ao G1 que vai ao Ministério Público Federal, juntamente com indígenas, para que os terena permaneçam na Buriti.

A fundação admite que a situação é tensa na fazenda, mas afirma que não houve conflito entre produtores rurais e índios.

Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, a situação de conflitos por terra no estado é insustentável. “Viemos denunciando e alertando sobre a violência crescente e estamos temerosos em relação ao que possa acontecer daqui pra frente”, disse.

Fonte: G1