“A Copa do Mundo de 2014, que deveria ser a Copa das Copas, é, sem dúvida, o maior vexame em 500 anos de história desse país. Ganhou proporções internacionais, não só pela goleada que a Alemanha lançou contra o Brasil, mas pelo desperdício incabível de recursos financeiros destinados à construção de estádios, ampliação de aeroportos e mobilidade urbana. Muito mais de R$ 35 bilhões foram gastos com o evento, e o atual cenário, pós-copa, é este: obras superfaturadas e inacabadas, baixa taxa de crescimento e inflação nas alturas, a ponto de explodir o plano real,” destacou o presidente do Sindicato Rural de Bela Vista, Marcelo Loureiro de Almeida, durante a abertura da 43ª Expobel, em Bela Vista – MS.
De acordo com presidente, a Expobel é uma oportunidade de debater temas que dizem respeito a toda sociedade e de reivindicar do poder público ações e políticas que garantam a expansão do agronegócio brasileiro. Segundo ele, o setor é um dos mais importantes da economia nacional, gera 30% dos empregos do país dentro e fora da porteira e é responsável por 1/3 do Produto Interno Bruto – o PIB Nacional.
O presidente destacou ainda, que a Alemanha está à frente do Brasil não apenas no campo de futebol, mas, também, na economia e na política. “Os alemães venceram o Brasil não apenas no Mineirão, mas no seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que coloca a Alemanha no topo da classificação das 33 nações mais avançadas do planeta, ou seja, aquelas em que a riqueza está ligada ao desenvolvimento, promovendo a educação, a saúde e a qualidade de vida de seus cidadãos.”
Eleições – Em um apelo, Marcelo Loureiro, pediu o comprometimento de todos os produtores rurais durante as eleições. O voto consciente e a escolha de candidatos comprometidos com o agronegócio.
Mencionou também, o litígio de terras em Mato Grosso do Sul e o descaso do governo federal em solucionar a questão que vem causando insegurança jurídica no campo e travando o desenvolvimento do setor rural.
Segundo o presidente, a Fundação Nacional do Índio (Funai) é a grande responsável pela marginalização dos índios. “A Funai, que deveria se preocupar em garantir saúde, habitação, instrução, capacitação e assistência aos índios, usa a “falta de terras” como a grande responsável pelo fracasso da promoção indígena,” enfatizou.
Presente na abertura da Expobel, o superintendente adjunto da Secretaria de Estado de Produção e Turismo (Seprotur), Pedro Pedrossian Neto, disse que a questão indígena deve ser discutida com muita sobriedade. “Não se trata apenas de dar terras. É preciso emancipar os povos indígenas. É preciso ainda, respeitar o direito de propriedade pagando o valor justo pelas terras.”
O superintendente do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Orlando Baez, discorreu sobre a evolução da agropecuária brasileira nos últimos 40 anos, especialmente, na região centro-oeste. “Hoje, nós somos referência de produção de várias culturas de grãos e de carne bovina. E isso se confirma com o acordo entre China e Brasil para exportação da nossa carne bovina, anunciada ontem (17) pelo Mapa”.
Já o presidente do Sistema Famasul, Eduardo Ridel, falou sobre a capacidade de produção do país e do Estado de Mato Grosso do Sul. Segundo ele, o Brasil tem potencial para produzir alimentos para o mundo inteiro, mas para isso precisa garantir segurança no campo aos seus produtores. “Não existe outro país no mundo com essa capacidade”, afirmou.
Expobel – A feira agropecuária vai até o dia 27 de julho e acontece no Parque de Exposições Rio Apa, em Bela Vista (MS). Cerca de 70 mil pessoas devem passar pelo local nos dias de evento. A edição 2014 da Expobel conta com diversas atrações como shows, leilões, bailes, laçadas, rodeio, julgamento de animais e outras. A programação completa está disponível no site www.sindicatoruraldebelavista.com.br.
Bela Vista – Bela Vista está localizada ao norte do rio Apa, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, a 316 km da capital do estado e na fronteira entre Brasil e Paraguai, tendo como cidade irmã Bella Vista Norte (PY). Os municípios de Jardim, Caracol e Antônio João fazem limite com Bela Vista. A cidade tem população estimada em 24 mil habitantes. Sua economia está baseada na pecuária, no cultivo de algumas lavouras e no comércio local.
Texto escrito por: Hermelindo Mendonça
Jornalista Responsável e Editora do Site: Laura Samudio Chudecki