Sindicato Rural de Bela Vista MS

Bactéria E. coli tem indícios de transmissão direta

Bactéria E. coli tem indícios de transmissão direta, alerta especialista alemão

Surto já causou 17 mortes e manifestou sintomas em 1,5 mil pessoas em oito países da Europa

Autoridades da saúde na Alemanha constataram um dramático aumento no número de pessoas contaminadas pelo surto da bactéria E. coli, que já deixou 17 mortos e cuja origem ainda é desconhecida. O presidente do Robert Koch Institute (RKI), agência de controle de doenças alemã, Reinhard Burger, afirmou que havia indicações preliminares de transmissão direta da bactéria entre seres humanos – e não dos alimentos, a principal tese até o momento.

Ela se manifesta por meio de diarreias e, nos casos mais graves, de hemorragias no sistema digestivo e problemas renais. Os casos se concentram nos arredores de Hamburgo, norte da Alemanha. Mais de 1,5 mil pessoas em oito países da Europa já manifestaram os sintomas. O RKI informou nessa quarta, dia 1º, 365 novos casos, um quarto deles envolvendo síndrome hemolítica-urêmica, uma complicação de um tipo de E. coli, a Escherichia coli produtora de toxina shiga (STEC), que pode ser fatal.

A União Europeia informou que três casos foram registrados nos Estados Unidos e que a maior parte das contaminações relatadas fora da Alemanha envolve alemães ou pessoas que viajaram recentemente ao país.

Os números do RKI contradizem o comissário da Saúde da União Européia, John Dalli. Segundo ele, o índice de novos casos parecia estar em declínio. Mesmo assim, ressaltou a gravidade do surto.

– Nos últimos dias, nós temos enfrentado uma grave crise – disse Dalli, descartando, ao mesmo tempo, a proibição a qualquer produto ou um alerta para que as pessoas não viajassem a Hamburgo.

Em Hamburgo, as autoridades de saúde mantinham as análises em restaurantes, mercados e lojas para tentar descobrir os vetores da bactéria. A cidade lançou pedidos de doação de sangue. O RKI mantém suas recomendações para que as pessoas evitem o consumo de saladas, tomates e pepinos crus. Além disso, o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos anunciou a criação de um novo teste, em parceria com pesquisadores franceses da Agência Nacional de Segurança Sanitária, para detectar a bactéria em alimentos.

Pepinos espanhóis

A Comissão Europeia menciona uma crise de consumo em toda a Europa, com uma diminuição radical da demanda por frutas e legumes, e não apenas por pepinos, segundo um de seus porta-vozes. Espanha, Holanda e Alemanha pediram ajuda à União Europeia frente a queda de suas vendas nesse setor.

A tese inicial, de que pepinos importados da Espanha seriam a fonte da contaminação, levantou uma contenda internacional. A Comissão Europeia suspendeu nessa quarta, dia 1º, o alerta sanitário dado contra os pepinos espanhóis após a denúncia errônea das autoridades alemãs sobre uma relação entre esses produtos e a bactéria E. coli. O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que a Espanha pode tomar ações legais contra autoridades de Hamburgo, que inicialmente culparam os produtores de pepino espanhóis pelo surto.

De acordo com o jornal The Financial Times, os agricultores espanhóis temem perdas de 200 milhões de euros por semana. A Holanda, outro exportador, também foi atingida. Metade de sua colheita é exportada para a Alemanha, e a indústria perdeu quase todo o seu rendimento com os pepinos desde o início do surto. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil só compra da Espanha pepinos em conserva – não crus, como os suspeitos de provocar as mortes.

Autor: Canal Rural