Sindicato Rural de Bela Vista MS

Border collie é boa opção para pastoreio

O cão apresenta custo baixo no desempenho da tarefa. Saiba como criar!

Contar com a ajuda de um cão no manejo de rebanhos facilita e traz economia ao trabalho dos pecuaristas no campo, mas o animal precisa ter aptidão de pastoreio e ser treinado. Além da habilidade, o baixo custo para mantê-lo, sendo a alimentação de qualidade a única exigência, é outra vantagem para o produtor que se vale da alternativa. Raça que detém potencial para lidar com criações – e ainda dedicada e obediente – é a border collie. Resistente e com muita vitalidade e inteligência, o cão tem capacidade e disposição para agrupar e conduzir animais com bastante agilidade.

Selecionada há mais de um século em uma região acidentada e de grandes montanhas, de onde se originou, na fronteira da Inglaterra com a Escócia, a border collie é adaptada a trabalhar em terrenos diferentes, desde pistas de laço e pastagens até locais de difícil acesso, com brejos e topografia irregular. Com visão aguçada, coragem de caçador, esperta e rápida no aprendizado de tarefas, a raça canina tornou-se excelente para o controle de rebanhos de ovelhas. Por aqui, é adestrada também para trabalhar com bovinos, que formam uma extensa população na pecuária nacional.

No Brasil desde a década de 1990, a border collie conquistou criadores, que passaram a se dedicar ao desenvolvimento do cão, aprimorando técnicas de treinamento de pastoreio e mantendo o padrão de qualidade por meio de seleção genética. A realização frequente de campeonatos contribui para as avaliações de exemplares que se espalham pelo país, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste.

A border collie também apresenta qualidades para ser um animal de companhia, para participar de práticas esportivas e de competições de agility. Por ser dócil, amiga, gostar de crianças, ser fiel e devotada ao dono, é fácil de criar, seja em residências, chácaras, sítios ou fazendas. Rústico e cheio de vigor, o cão não demanda cuidados especiais com saúde, apenas vacinas e vermífugos de rotina.

De aspecto atlético, robusto e alongado, o border collie tem, entre os machos, 53 centímetros de altura na cernelha, enquanto as fêmeas são um pouco menores. A pelagem é de textura média, densa, lisa e moderadamente longa. Os pelos podem ter cores variadas, mas no pastoreio sobressaem o preto e o branco, o tricolor – preto, branco e dourado – e marrom e branco.

Contudo, para a finalidade de pastoreio, o que mais importa é a qualidade do cão e seu destemor no comando de rebanhos. Por isso, o importante é que o cão seja oriundo de uma linhagem de exemplares valentes e apresente “força no olhar”, expressão comum entre os criadores da raça para a capacidade de domínio do cão no manejo de grupos de animais. A border collie vive aproximadamente 14 anos.

MÃOS À OBRA

INÍCIO: A aquisição do border collie para pastoreio deve ser feita com cuidado e orientação. Dê preferência para exemplares com pedigree ISDS (International Sheep Dog Society), irmãos ou filhos de vencedores de provas de pastoreio credenciadas pela entidade. Ao adquirir ainda filhote, ele deve ser saudável e ter, pelo menos, 60 dias de vida, já vacinado e vermifugado. Custa em média R$ 1,5 mil e é mais barato que um adulto provado para servir como matriz e reprodutor, cujo preço é a partir de R$ 5 mil.

AMBIENTE: A raça possui versatilidade e tolerância a variações de temperatura. Porém, a atividade do cão torna-se restrita em local onde possa ser atingido o calor extremo. A raça tem boa adaptação ao clima subtropical.

ESTRUTURA: A instalação para criar o border collie pode ser um canil simples ou mesmo uma área sem uso e com adaptações. De alvenaria e com telhas de barro, baias de 4 metros de comprimento por 1,8 metro de largura, com dormitório de 1 por 1 metro na entrada e solário no fundo, acomodam os cães protegendo-os de ventos e chuvas. As paredes devem ser revestidas de cimento ou azulejos. Com leve inclinação e um ralo na parte mais baixa, para escoar a água da chuva ou da limpeza, o piso de material rústico é o mais indicado para evitar escorregões dos animais.

ALIMENTAÇÃO: Há rações específicas para cada fase de desenvolvimento, que podem ser adquiridas em lojas de produtos para animais. Leve em consideração a qualidade desse alimento na hora da compra. Quando filhote, forneça ração ao cão três vezes ao dia e passe para uma vez na idade adulta. Disponibilize água fresca e de boa qualidade o dia todo.

REPRODUÇÃO: A partir do segundo cio, ou acima de um ano e meio de idade, é o período ideal para os cães iniciarem a reprodução. O acasalamento mais cedo pode gerar riscos para os filhotes, a mãe e a vida reprodutiva da cadela. A gestação dura cerca de 60 dias e, em média, nascem seis cachorrinhos por ninhada, a qual deve ocorrer uma vez por ano. A partir de sete meses de idade, pode ser iniciado o treinamento para pastoreio, com duração de seis meses.

RAIO X

CRIAÇÃO MÍNIMA: 2 machos e 3 fêmeas

CUSTO: cerca de R$ 20 mil, incluindo cães, instalações, manutenção e treinos

RETORNO: um ano e meio após a primeira ninhada

REPRODUÇÃO: em média, 6 filhotes por ninhada

Fonte:  Revista Globo Rural

O animal é originário da fronteira entre a Inglaterra e a Escócia
As criações de ovelhas são as que mais empregam cães border collie para o pastoreio