Em sete anos o preço do quilo da carne bovina ao consumidor subiu 119% nos supermercados e açougues, enquanto a arroba do boi aumentou 68%. O ano passado, por conta do embargo da Rússia, as exportações caíram cerca de 14% fazendo com que mais carne ficasse no mercado interno. Todavia, o consumidor segue pagando caro pelo quilo. Apesar da possibilidade de redução do rebanho bovino em 2012, a Acrimat descarta que a oferta futura de carne venha a cair, visto os índices de produtividade estar crescente. Segundo a Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), o produto chega mais caro à população devido a vários fatores. O setor supermercadista revela que custo operacional no açougue pode representar 28% do custo total do estabelecimento. “O problema do preço da carne ao consumidor está no varejo, pois nestes mesmos sete anos, em que a arroba aumentou 68%, a margem de lucro dos frigoríficos ampliou 70% e o preço à população 119%. Em 2011 abatemos 12,4% a mais de bovinos ante 2010 e as exportações caíram cerca de 14%. Não tem o porque de pagarmos caro no supermercado e no açougue”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
O quilo da carne bovina custa em média R$ 12,79 ao consumidor. A costela bovina é encontrada em média a R$ 8,08 o quilo e o filé mignon R$ 26,52. Ontem, a arroba do boi gordo estava avaliada em média de R$ 83,92 para Mato Grosso.
O presidente da Asmat, Kássio Catena, esclarece que para se chegar ao preço das gôndolas existem vários fatores que o formam. “A arroba é apenas mais um complemento. Estão embutidos o frete, energia, combustível, salário dos trabalhadores.
O custo operacional do açougue, hoje, varia de 25% a 28%, além dos impostos, do gasto total do supermercado e a rentabilidade que traz é de aproximadamente 10%. O salário, por exemplo, há sete anos não chegava nos R$ 300 e hoje está perto dos R$ 700. O ICMS da energia é 45% no Estado. Tudo isso influencia para o preço final”.
Fonte: Folha do Estado