“É um negócio novo e lucrativo, uma alternativa comprovadamente viável para diversificar produção e renda de pequenos, médios e grandes produtores”. A afirmação relativa a atividade florestal é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Eduardo Riedel, na abertura do workshop Mais Floresta, realizado nesta terça-feira em Três Lagoas (MS).
O evento foi realizado no parque de exposições do município e teve participação de aproximadamente 100 produtores da região, inclusive de São Paulo, estado com o qual Três Lagoas faz divisa. Por concentrar um pólo industrial da celulose, Três Lagoas é referência no País e fora dele no segmento, que por seu potencial de demanda começa a influenciar também produtores do estado vizinho.
O Programa Mais Florestas é desenvolvido pela Famasul, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado. A iniciativa leva orientação aos produtores rurais sobre a viabilidade econômica do cultivo de florestas, seja como monocultura, seja consorciada com outras atividades, no modelo integrando de lavoura-pecuária-floresta. Formado por palestras e workshops, o Mais Floresta será levado para 21 municípios sul-mato-grossenses até julho de 2012, e tem objetivo de estimular a elaboração de projetos e investimentos na área florestal, com foco no cultivo de eucalipto e seringueira.
Mato Grosso do Sul tem hoje aproximadamente 300 mil hectares de florestas plantadas. A expectativa, oficializada por meio do Plano Estadual de Florestas, é de que essa área chegue a 1 milhão de hectares até 2030. A demanda vem atender a implantação de parque industrial do segmento de papel e celulose no Estado, em especial na região de Três Lagoas. O município conta hoje com as indústrias Fibria, Eldorado e International Paper. A Portugal Celulose (Portucel) também manifestou interesse em instalar unidade industrial no Estado.
No mês passado, o governo estadual concedeu licença para a Fibria ampliar atuação no Estado e expandir sua área florestal de eucaliptos. Com o aumento, a previsão é de que a produção da Fibria passe 1,3 milhões de toneladas para 3 milhões de toneladas/ano de celulose.
Em relação à seringueira, o diretor da Polifer, Getúlio Ferreira, trouxe dados que acenderam os cifrões dos produtores. A indústria pneumática consome com 70% da produção mundial e o crescimento na frota brasileira aumenta uma demanda que é deficitária no Brasil, pois o País produz menos de 30% da borracha que consome. Tradicionais e maiores produtores de borracha do mercado mundial, Tailândia, Indonésia e Malásia estão renovando suas áreas e não tem capacidade de aumentar sua produção. São Paulo e Mato Grosso são os dois maiores produtores, com 55% e 21%, respectivamente.
Atualmente há 7 bilhões de pés de seringueira produzindo, sendo que a demanda é de 10 bilhões de árvores em produção. O Brasil tem apenas 50 milhões de seringueira em produção, afirmou Ferreira. “Além de garantir grande renda em pequenas áreas, o seringal tem um benefício social grande, pois gera um emprego para cada três mil plantas”, assegura o diretor.
“A demanda por celulose e borracha está em franca expansão, tornando o investimento nessas espécies de florestas compensatório. Mato Grosso do Sul é a bola da vez das florestas plantadas no Brasil. Deixamos de ser o estado do boi e da soja e temos uma grande oportunidade com a instalação das grandes indústrias”, enfatizou o presidente do Conselho Administrativo do Senar/MS e da Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ademar Júnior.
Entre os temas debatidos no workshop florestal, o mercado da borracha natural e a rentabilidade da cultura da seringueira, o manejo do seringal, linhas de financiamento para o setor, rentabilidade da produção pecuária consorciada com eucalipto e as perspectivas do mercado regional. “O objetivo do workshop não é ensinar a plantar, mas chamar atenção para esta grande oportunidade do produtor rural, com perspectivas concretas de bom retorno financeiro”, enfatizou Eduardo Riedel.
O Mais Floreta já foi levado para os municípios de Inocência, Nova Alvorada do Sul, Paranaíba e Ribas do Rio Pardo. Até junho de 2012, será levado para outros 19 municípios: Água Clara, Jaraguarí, Bandeirantes, Campo Grande, Camapuã, Alcinópolis, Sonora, Figueirão, Chapadão, Costa Rica, Cassilândia, Aparecida do Taboado, Selvíria, Bataguassu, Brasilândia, Anaurilândia, Nova Andradina, Batayporã e Coxim.
O Programa Mais Floresta tem a parceria do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), Painel Florestal, Polifer, Banco do Brasil (BB), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Reflore MS, Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura (SBAG) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Autor: Assessoria de Imprensa