A adoção de uma patrulha sanitária para fiscalização das incidências da mosca dos estábulos em Mato Grosso do Sul foi uma das saídas apontadas para amenizar a situação vivida pelos proprietários rurais da região de Nova Alvorada, Rio Brilhante, Angélica e Maracaju, ao sul do Estado. Com participação de pesquisadores da Embrapa Gado de Corte e aporte de recursos financeiros das usinas desses municípios, será feito trabalho de monitoramento dos focos da mosca. A medida foi anunciada nesta segunda (20), durante reunião realizada na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), com produtores, sindicatos rurais, Embrapa e a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul).
“A pesquisa vai auxiliar nas medidas a médio e longo prazo, mas como estamos diante de uma praga que traz prejuízos imediatos, precisamos avançar nas ações emergenciais”, apontou Eduardo Riedel, presidente da Famasul. A reunião foi comandada pelo presidente da Comissão de Bioenergia da Famasul, Luiz Alberto Moraes Novaes, que é presidente da Fundação MS. O trabalho de monitoramento realizado pela Embrapa para estudo do controle da mosca será incrementado. “Essa patrulha irá beneficiar os resultados da pesquisa, dando maior incremento já que vamos ampliar nossa atuação”, disse Cleber Oliveira Soares, chefe geral da Embrapa.
Além dos investimentos financeiros por parte das usinas para realização da fiscalização, a Biosul anunciou a continuidade no trabalho de capacitação da mão-de-obra. “Nas 22 usinas em funcionamento no Estado, já treinamentos 300 pessoas”, disse Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul.
Outra medida anunciada é a realização de workshop em Nova Alvorada do Sul, que deve acontecer no início de setembro. O sindicato rural da cidade irá sediar o evento que vai reunir produtores rurais da região sul. “Orientamos os produtores a registrarem no sindicato rural de seu município as incidências da mosca para sermos mais assertivos na cobrança de ações de combate”, diz Horácio Tinoco, médico veterinário da Famasul.
A mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) tem atacado diretamente os animais bovinos. O inseto prolifera-se a partir de acúmulo de matéria orgânica, em combinação com altas temperaturas. “O produtor deve buscar sempre orientação técnica. O controle é muito difícil, mas a higienização do ambiente pode evitar a incidência da mosca. É preciso manter limpos os locais que possam acumular matéria orgânica como as bases dos cochos de ração, as cocheiras e a cama de frango nos aviários, por exemplo. Não basta retirar a matéria orgânica e mudá-la de local, mas deve ser dado destino correto”, aponta Tinoco.
O veterinário explica que a alta infestação do inseto muda o comportamento do gado no pasto e provoca perda de peso, além da diminuição da produção de leite. “O animal fica inquieto, tentando se debater para espantar a mosca. Isso causa estresse e ele deixa de comer”, complementa. Além do gado, a mosca ataca ainda eqüinos, cães e até mesmo o ser humano.
Autor: Assessoria de Imprensa