Mato Grosso do Sul teve perda de 9,181 milhões de sacas de milho na safrinha em decorrência das geadas em junho deste ano, o que significa prejuízo de aproximadamente R$ 200 milhões. O 11º levantamento da Safra 2010/2011, divulgado nesta terça-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirmou as perdas previstas no mês passado pela Fundação MS, de Maracaju. No início do ano, os produtores tiveram prejuízo de R$ 700 milhões com a quebra na produção de soja.
Conforme a Conab, o atraso no plantio da segunda safra de milho causou queda de 23,45% na produtividade do grão no Estado, de 4.050, na safra anterior, para 3,1 mil quilos por hectare neste ano. É a maior redução do País, que registrou queda em São Paulo (8,76%) e Paraná (17,7%). O volume ficou 17,3% inferior ao previsto em junho deste ano pela Conab, que era de 3.750 kg/ha.
Apesar da área de plantio, 943,7 mil hectares, bater recorde histórico, a produção de milho safrinha deste ano, 2,935 milhões de toneladas, será 12,7% menor que a do ano passado, de 3,361,5 milhões de t. Conforme a Conab, é a menor produção dos últimos três anos, já que a de 2008/2009 foi de 1,810 milhão de t.
Inicialmente, a companhia previa que a colheita deste ano seria a maior da história no Estado, com 3,486 milhões de toneladas de grãos. Conforme o superintendente regional do órgão no Estado, Antônio Benedito Dotta, as geadas nos dias 28 e 29 de junho na região sul e a longa estiagem na região norte do Estado provocaram a quebra na produção.
Os agricultores vão colher 550,9 mil toneladas abaixo do previsto. Eles terão prejuízo de 9.181.666 sacas de 60 kg, o que significa prejuízo entre R$ 197 milhões e R$ 220 milhões, conforme a cotação do milho, que oscila entre R$ 21,50 e R$ 24 nesta semana. O grão continua valorizado, apesar dos leilões realizados pela Conab desde o início do ano para baixar o preço ao produtor de suínos e frangos. Conforme Dotta, a valorização é de 71%, de R$ 14 para R$ 24, nos últimos 12 meses.
Zoneamento
O pesquisador da Fundação MS, André Lourenção, que esitmou o prejuízo em R$ 200 milhões, explica que metade foi plantada fora do período ideal, que era até 10 de março. Por causa das chuvas intensas no início daquele mês, os produtores atrasaram a colheita de soja e, consequentemente, o plantio do grão. Em Aral Moreira, as geadas dizimaram a plantação de milho que ocorreu fora do prazo. “Só escapou o milho plantado em fevereiro”, conta Lourenção.
O preço elevado minimizou os prejuízos dos produtores. No mês passado, a saca chegou a ser cotada a R$ 27, conforme Lourenção, o que significa encarecimento de 92% em um ano.
Autor: Correio do Estado