Com temporada de chuvas, tendência é que gado ganhe mais peso com boas pastagens
O mercado brasileiro de carne bovina encerrou a primeira semana de negócios de fevereiro com pouca movimentação. De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, houve um pontual avanço nas escalas de abate, sobretudo por parte dos grandes frigoríficos.
“Os frigoríficos menores tiveram dificuldade para a formação de escalas de abate mais alongadas e não puderam formar grandes estoques de carne, pois, com a continuidade das chuvas em boa parte do país, o pecuarista procurou manter o gado no campo, aproveitando as boas condições das pastagens”, explica.
No mercado de atacado, Iglesias relata que a carne apresentou leve reação nos cortes de dianteiro, após a queda de preços da semana anterior, o que já era previsto, por conta do repique de demanda gerado pelo recebimento de salários da população.
Para os próximos dias, o analista projeta que os preços do boi possam cair um pouco, assim que os grandes volumes de chuvas registrados no país cessarem um pouco, o que levará o pecuarista a aumentar a oferta de gado aos frigoríficos.
No que tange à exportação, o desempenho de janeiro foi considerado razoável, de acordo com Iglesias, embora dentro das expectativas. Segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques de carne bovina geraram faturamento de US$ 409,243 milhões em janeiro, um crescimento de 35,98% em relação a igual período de 2012. A exportação da proteína animal atingiu 89.454 toneladas, um avanço de 43,31% em relação ao ano anterior. Na comparação com dezembro do ano passado, houve alta de 5,23% nas vendas externas e de 6,89% no volume exportado.
Destinos – Os principais destinos da carne in natura brasileira foram Rússia, Hong Kong e Venezuela, que, juntos, representaram 64% do volume exportado no mês. De acordo com a entidade, mais de 28 mil toneladas de carne foram vendidas para a Rússia no período, resultando em faturamento de US$ 109,4 milhões, um incremento de 73% no volume e de 52% no faturamento.
No caso de Hong Kong, foram 15.157 toneladas que somaram US$ 67,816 milhões em vendas, o maior resultado observado para este destino nessa época do ano. A Venezuela comprou 13.822 toneladas, que totalizaram faturamento de US$ 72,5 milhões.
Devido à descoberta de um príon (proteína) causador da Encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença conhecida como “mal da vaca louca”, em um animal que morreu em 2010, as exportações brasileiras encontram restrições para os mercados do Japão, China, Taiwan, África do Sul, Arábia Saudita, Peru e Coréia do Sul.
A Abiec informou que está trabalhando em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores para que as restrições nesses países compradores sejam revogadas o mais rápido possível.
A análise de Safras & Mercado mostrou que os preços do dianteiro em São Paulo subiram de R$ 4,40 por quilo para R$ 4,50 por quilo, enquanto os preços do traseiro tiveram queda de R$ 8,20 por quilo para R$ 8,10 por quilo. Já a ponta da agulha, também no mercado paulista, teve desvalorização de dez centavos, caindo de R$ 4,50 por quilo para R$ 4,40.
No mercado de boi gordo, os preços da arroba, para pagamento a prazo, ficaram entre R$ 95,00 e R$ 99,00 em São Paulo, acima dos valores entre R$ 95,00 e R$ 98,00 registrados na semana passada. Em Minas Gerais a arroba foi cotada entre R$ 90,00 e R$ 91,00, valores estáveis até R$ 1,00 mais altos frente à semana anterior.
No norte Paraná, a arroba teve preço de R$ 99 por arroba, ante R$ 100,00 da última semana. No Rio Grande do Sul o preço do quilo vivo oscilou entre R$ 3,20 e R$ 3,25, ante valores de R$ 3,13 e R$ 3,15 na última semana.
Em Goiás a arroba foi cotada a R$ 89, valor estável ante a semana anterior. Em Mato Grosso do Sul a arroba foi cotada entre R$ 90,00 e R$ 92,00 contra valores entre R$ 89,00 e R$ 91,00 na semana anterior. No Mato Grosso, a arroba foi cotada entre R$ 83,00 e R$ 88,00 na semana passada, valor estável até R$ 1,00 mais baixo ante a semana passada. Em Tocantins, o valor médio da arroba não se alterou na semana, permanecendo em R$ 88,00 por arroba.
No Pará os preços médios da arroba seguiram entre R$ 87 e R$ 89,00, valor estável até R$ 2,00 mais baixo ante a semana passada. Em Rondônia a arroba foi negociada entre R$ 88,00 e R$ 89,00, mesmos valores da semana anterior.
Fonte: Portal Agronegócio