Produtores rurais farão uma grande mobilização na próxima sexta-feira (14) com objetivo de sensibilizar para o risco à segurança jurídica, agravado pelos últimos acontecimentos no Estado, e para a necessidade de paz no campo. A manifestação “Onde tem justiça, tem espaço para todos” é organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e será realizada a partir das 9h, no trevo de Nova Alvorada do Sul, entroncamento entre as BR’s 163 e 267. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, é presença confirmada no manifesto, que terá ainda a participação das bancadas estaduais e federais do Estado e do deputado Ronaldo Caiado (GO).
A estimativa é que mais de quatro mil produtores, principalmente da região Centro-sul, a mais atingida pelos conflitos indígenas nos últimos meses, compareçam ao ato público. “Haverá participarão de delegações de produtores de outras regiões, em gesto solidário”, destaca o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do MS (Sistema Famasul), Eduardo Riedel.
O local escolhido é estratégico devido ao alto volume de trânsito de carros e caminhões. “É importante ressaltar que não haverá bloqueio na rodovia, não queremos prejudicar ninguém no seu direito de ir e vir. Nossa manifestação é pacífica, com objetivo de conscientizar para os reflexos da desconsideração das normas que regem a sociedade, as quais permitem a manutenção do estado democrático de direito”, afirmou Riedel.
Na ação, serão distribuídos materiais informativos aos motoristas que trafegarem nos três pontos de acesso. Também serão entregues pacotes de sementes de hortaliças representando o recomeço, a esperança do retorno da paz ao campo.
Estão confirmadas participações da Secretáriade Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa, e de diversas entidades representativas do Estado.
Os produtores reivindicam o fim das demarcações de terras indígenas no Estado até o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal dos embargos declaratórios referentes ao caso Raposa Serra do Sol; a adoção de caráter indenizatório aos produtores que tiveram suas propriedades demarcadas; a construção de uma nova política indigenista, submetida não apenas à Fundação Nacional do Índio (Funai), mas também a outros ministérios e órgãos do governo federal e que as propriedades invadidas não sejam mais passiveis de desapropriação.
Conflitos
Os conflitos indígenas em MS se acirraram a partir do dia 15 de maio, quando a fazenda Buriti, localizada em Sidrolândia, foi invadida por um grupo da etnia Terena. Desde então, várias medidas como reintegração de posse e cancelamentos das decisões jurídicas geraram tensão na região. Atualmente, 110 homens da Força Nacional patrulham a área rural de Sidrolândia.
Treze propriedades estão invadidas no município, algumas há mais de dez anos. No total, Mato Grosso do Sul possui 66 propriedades privadas rurais invadidas. “O que acontece em Sidrolândia é mais um episódio de uma condição que se mostra insustentável”, lamenta Riedel.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul