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Sindicato Rural de Bela Vista MS

Senar/MS lança curso técnico em Segurança do Trabalho para atender à demanda do mercado

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Capacitação responde ao crescimento da mecanização e à instalação de novas indústrias do agro em Mato Grosso do Sul

O Senar/MS está com inscrições abertas até o dia 24 de novembro para o novo curso técnico em Segurança do Trabalho, com duração de dois anos e turmas em Campo Grande, Ivinhema e Maracaju. A iniciativa surge como resposta à crescente demanda por profissionais qualificados para atuar nas propriedades rurais e nas indústrias impulsionadas pelo agronegócio sul-mato-grossense.

O curso é gratuito, para participar o candidato deve ter o ensino médio completo. Mais informações sobre as inscrições podem ser obtidas pelo portal https://etec.senar.org.br/ onde também é possível consultar os editais e polos participantes. As aulas têm previsão de início em 23/02/2026.

De acordo com o diretor do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte, Gustavo Cavalca, a abertura do curso reflete um movimento de transformação no campo.

“O Estado vive a chegada de esmagadoras de grãos, usinas de etanol à base de milho, além da expansão da fruticultura e da floresta plantada. Todas essas atividades envolvem operações de alto risco e exigem profissionais preparados para garantir ambientes seguros”, explica Cavalca.

Os dados do Novo Caged evidenciam a crescente demanda por técnicos em segurança do trabalho em Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Em 2015, o estado registrava 883 vínculos formais na ocupação. Já em 2022, esse número saltou para 1.294 profissionais contratados, um crescimento de mais de 46% no período. Além da expansão no número de postos, a remuneração média também avançou, passando de R$ 3.182,33, em 2015, para R$ 4.535,31 em 2022. O movimento confirma a valorização da área e reforça a necessidade crescente de mão de obra qualificada para atender às novas exigências legais, produtivas e de segurança dentro das empresas.

O gerente educacional do Senar/MS, Lucas Silva, reforça que a mecanização e a complexidade das operações agrícolas estão entre os principais fatores que ampliam a necessidade de técnicos especializados.

“Os empregadores buscam profissionais capazes de compreender e aplicar as Normas Regulamentadoras (NRs), especialmente a NR 31, que trata da segurança e saúde no trabalho agrícola, e a NR 12, voltada à operação segura de máquinas e implementos”, destaca Silva.

Além do novo curso técnico, o Senar/MS oferece 15 cursos de Formação Profissional Rural (FPR) voltados à Saúde e Segurança no Trabalho Rural, com carga horária de até 40 horas. Os treinamentos abordam temas como prevenção de acidentes, uso de EPIs, primeiros socorros, trabalho em altura, operação de máquinas e aplicação segura de defensivos agrícolas.

Essas capacitações seguem normas federais, como a NR 20 (manuseio de inflamáveis e combustíveis), NR 31.13 (trabalho em secadores, silos e espaços confinados) e NR 31.15 (trabalho em altura), além de normas locais, como o curso de Prevenção e Combate a Incêndios nas Áreas Rurais, baseado nas Normas Técnicas nº 17 e nº 45 do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS).

Silva enfatiza que a segurança vai além do cumprimento de normas. “Cada treinamento é uma oportunidade de promover a consciência preventiva, de estimular o cuidado com a própria vida e com a vida do outro, e de reforçar que a segurança é um valor inegociável”, afirma.

“Ao priorizar a segurança e a saúde de suas equipes, o produtor rural contribui para a sustentabilidade do seu negócio, reduzindo acidentes, afastamentos e perdas operacionais, além de fortalecer o engajamento das pessoas que fazem o agro acontecer”, completa o gerente educacional.

Prevenção como prioridade no campo

A procuradora do Trabalho Cláudia Fernanda Noriler Silva, representante regional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), destaca que a prevenção começa com uma análise detalhada do ambiente laboral e das funções que expõem os trabalhadores a riscos.

“Esses estudos permitem identificar as proteções coletivas capazes de eliminar o risco. No caso dos defensivos agrícolas, por exemplo, a robotização da aplicação pode substituir a exposição direta do trabalhador. Já as máquinas e equipamentos devem contar com sistemas de travamento automático e botões de emergência”, explica.

Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a mecanização e a modernização devem atuar de forma sustentável na promoção da saúde e segurança no trabalho.

“Primeiramente, devem substituir a mão de obra humana em serviços e funções extremamente penosas, periculosas e insalubres. Em segundo lugar, devem criar mecanismos que tragam maior conforto e segurança nas atividades comuns”, acrescenta a procuradora.

Mesmo com o avanço tecnológico, a qualificação dos profissionais continua sendo fundamental para garantir ambientes de trabalho seguros no campo.

Assessoria de imprensa do Sistema Famasul – Ana Palma

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