O Ministério da Agricultura publicou em abril de 2023 a portaria nº 574, que proibiu o armazenamento, a comercialização e o uso de vacinas contra febre aftosa em Mato Grosso do Sul e demais estados pertencentes ao Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). No entanto, profissionais da área de saúde animal alertam que a retirada da vacina contra febre aftosa enfraqueceu os cuidados com o calendário vacinal de bovinos e bubalinos, que é composto por vários imunizantes que garantem o controle sanitário no estado.
“Percebemos que, com a retirada da vacina contra febre aftosa, os produtores deixaram de fazer a aplicação de outros imunizantes, como as vacinas contra clostridioses e raiva, por exemplo. Além disso, outros manejos essenciais, como a vermifugação estratégica, também não estão sendo feitos. Isso enfraquece nossa barreira sanitária”, alerta o médico veterinário e diretor do Sindicato Rural de Bela Vista, Marcelo Loureiro de Almeida.
Para Loureiro, a presença de um profissional de saúde animal nas propriedades rurais é importante para que o calendário profilático e outros manejos referente aos rebanhos sejam realizados corretamente, evitando problemas futuros, como a mortalidade de animais causada por doenças endêmicas. “Temos que lembrar que o diagnóstico positivo de determinada doença resulta em prejuízo para o proprietário e os demais produtores da região, não é um prejuízo isolado”, destaca.
Existem vacinas para a maioria das principais doenças que atingem bovinos e bubalinos, destacam-se os imunizantes contra raiva, clostridioses, brucelose, leptospirose e febre aftosa, este último suspenso em alguns estados devido às ações do PNEFA.
Lembrando que o produtor é responsável por garantir a vacinação do rebanho e pode responder em caso de omissão.
PNEFA – O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como estratégia principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Com informações do Sindicato Rural de Bela Vista