Pecuaristas fazem as contas e avaliam confinamento para 2011
A cerca de um mês do início da temporada do confinamento bovino, os pecuaristas mato-grossenses começam a fazer as contas para tomar a decisão – confinar ou não confinar parte do rebanho – a partir do final de maio. Por enquanto, o mercado de confinamentos em 2011 ainda é uma incógnita. Ninguém ainda dispõe de estimativas sobre o volume de animais que irão para o confinamento, embora o mercado sinalize um momento positivo com a recuperação da arroba do boi. Somente nos próximos dias o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) deverá divulgar sua primeira estimativa de confinamento no Estado. A expectativa é de que até o final do próximo mês os pacotes estejam fechados para que o setor diga sim ou não ao confinamento.
O momento, segundo o diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais do Estado (APR/MT), Paulo Resende, é de fazer as contas para tomar a decisão [de confinar], levando em conta principalmente os custos de produção onde três itens são fundamentais: preço dos grãos (milho, soja, caroço, etc.), custo do animal magro e o preço que ele poderá vender o animal. “Essa decisão o pecuarista deve tomar em maio e junho, quando começam a ser definidos os preços da matéria-prima. Nesse momento, ele define a quantidade de animais que ele vai preparar para confinamento”, lembra Resende.
No ano passado, segundo o Imea, Mato Grosso confinou 592,83 mil animais, 7,08% a menos que no ano anterior, quando 637,98 mil cabeças foram para confinamento.
Sistema responsável para que a engorda do boi seja muito mais rápida que no pasto, os confinamentos vêm “bombando” em Mato Grosso, onde o número de propriedades que optaram pelo sistema cresceu significativamente. No Estado são 163 unidades aptas ao confinamento do rebanho bovino, com capacidade instalada para aproximadamente 668 mil animais.
“Em 2010, o confinamento foi ótimo, o pecuarista teve uma boa rentabilidade e alcançou bom resultado. Certamente, este procedimento terá continuidade este ano porque o negócio foi lucrativo”, avalia o diretor da APR. Ele acredita que Mato Grosso tem excelentes condições para produção de gado confinado. “O Estado possui matéria-prima em abundância, volume interessante de unidades processadoras e está pronto para receber confinamento”.
VANTAGENS – O sistema de confinamento reduz o ciclo do boi, aumenta a produção de arrobas por hectare/ano e, sobretudo, amplia lucros. Utilizado na época da seca, o sistema de produção de boi confinado envolve benefícios diretos e indiretos, garante qualidade a custo baixo, alta produtividade, padronização da carcaça – com qualidade e em escala – e precisão dos custos de produção.
Os pecuaristas destacam como principais pontos favoráveis ao confinamento, em Mato Grosso, a aptidão do Estado na produção de grãos e subprodutos da agricultura, o que viabiliza a produção de gado através do sistema de confinamento e semiconfinamento.
Além da redução do tempo para o animal chegar ao peso ideal de abate, a criação em confinamento possibilita uma melhor utilização do espaço, permitindo a integração lavoura/pecuária. Segundo pesquisa, em Mato Grosso, mais de 50% dos confinadores trabalham também com lavoura de milho, soja e algodão.
A realidade é que o produtor buscou um meio de tornar a pecuária viável e, aos poucos, aliou a tecnologia do confinamento com as vantagens naturais do Estado. “O produtor que sobreviveu à crise de anos atrás e conseguiu investir em tecnologia, começa agora a colher os frutos do seu empreendedorismo, especialmente no momento de baixa oferta de animais para abate”, frisa o pecuarista Norberto Arantes da Silva.
Autor: Diário de Cuiabá