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Sindicato Rural de Bela Vista MS

Casos de “vaca louca” na Bahia são rechaçados pelo Mapa para MS

Posicionamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que não há risco para MS

Elias Luz – Correio do Estado 

A notícia de que duas pessoas na Bahia morreram vítimas da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), também conhecida como Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), ou simplesmente “vaca louca”, foi rechaçada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O mercado financeiro chegou a reagir negativamente com a notícia e a Bolsa de Valores (B3) chegou a exibir queda de 2,18% na cotação da arroba para novembro e de 3,19% para dezembro, com os valores fixando-se em R$ 292 e R$ 292,50.

No entanto, na tarde desta segunda-feira (10), o Mapa se posicionou e emitiu nota oficial, afirmando que “a pasta acompanha o caso citado. A Doença de Creutzfeldt-Jakob (DJC) ocorre, na maioria dos casos, de forma esporádica e tem causa e fonte infecciosas desconhecidas”.

De acordo com o Mapa, os casos mencionados não têm relação com consumo de carne bovina ou subprodutos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da ‘Vaca Louca’. Isso significa que não há risco de contaminação da carne.

Como o fato começou a ser notícia em todo o Brasil, o Mapa esclareceu que os casos de doenças neurodegenerativas investigados no estado da Bahia e veiculados na imprensa não estão relacionados à “vaca louca”.

Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o caso está em investigação e ainda falta realizar exames para confirmação do diagnóstico.

As informações disponíveis, até o momento, indicam para um possível caso de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) esporádica, forma que não possui relação com a ingestão de carne e subprodutos de bovinos contaminados com Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e que não é transmitida de forma direta de um indivíduo para outro.

Desde que a vigilância da DCJ foi instituída pelo Ministério da Saúde, nenhum caso da forma variante vDCJ foi confirmado no País.

Da mesma forma, a EEB clássica nunca foi detectada no rebanho bovino do Brasil em mais de 20 anos de existência do sistema de vigilância da doença, instituído e coordenado pelo Mapa.

O Brasil detém, desde 2012, o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país de risco insignificante de EEB.

O Mapa reforçou, ainda, que o consumo de carne e produtos derivados de bovinos no Brasil é considerado seguro, não representando risco para a saúde pública.

Ano passado, Rússia e China chegaram a suspeder exportações de carne oriundas dos Estados de Mato Grosso e Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, nenhuma anomalidade foi detectada.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, destacou que é preciso tomar muito cuidado com o surgimento desse tipo de notícia.

Isso porque o Estado tem um rebanho estimado em 20 milhões de cabeças e as exportações de carne rendem – por ano – uma média US$ 750 milhões.

A doença de Creutzfeldt-Jakob tem uma rápida evolução, que pode levar à morte do paciente. Ela se caracteriza pelos seguintes sintomas:

Desordem cerebral com perda de memória;

Tremores;

Falta de coordenação de movimentos musculares;

Distúrbios da linguagem;

Perda da capacidade de comunicação;

Perda visual.

Diagnóstico e tratamento

A doença de Creutzfeldt-Jakob é diagnosticada a partir de exames de sangue e também por meio de exame neuropatológico de fragmentos do cérebro.

A principal forma de tratamento são drogas antivirais e corticóides. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 90% dos indivíduos infectados pela doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) morrem dentro de um ano. Ainda não há maneira efetiva de alterar a evolução da doença.