Novo salário mínimo e valorização do concentrado e de fertilizantes elevam custo da pecuária leiteira
Os custos da pecuária leiteira subiram em janeiro de 2011 em função do reajuste do salário mínimo em 5,9% para R$ 540 nos dois primeiros meses do ano e da valorização do preço do concentrado e de alguns fertilizantes (uréia e supersimples), ambos reajustados em cerca de 5% no mês. No caso dos fertilizantes, o insumo afetou também os custos de manutenção de forrageiras perenes e anuais. As informações constam no boletim Ativos da Pecuária de Leite, publicação elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o estudo, o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) da atividade leiteira aumentaram de 1% a 0,6%, respectivamente, em janeiro na comparação com os gastos de dezembro de 2010, nona alta consecutiva. As variações consideram a média ponderada dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A partir de março, quando entra em vigor o salário mínimo de R$ 545, os gastos com mão de obra serão ainda maiores. O novo valor será pago em abril.
No mês de janeiro, o preço médio pago pelo leite teve leve alta de 1,2% (R$ 0,9 centavos por litro) em janeiro de 2011 na comparação com os valores praticados em dezembro de 2010. O valor de R$ 0,7294 por litro é referente à média ponderada praticada nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Em relação a janeiro de 2010, o preço apresentou valorização nominal de 22%. No boletim, a CNA e o CEPEA destacam que desde setembro de 2010, quando as fortes quedas deram espaço à estabilidade ou mesmo a pequenas altas, o valor médio subiu 5,4% em termos nominais, sem descontar a inflação.
Ainda no boletim, as duas entidades informam que o Índice de Captação de Leite calculado pelo Cepea (ICAP-Leite) fechou 2010 com aumento de 3,05% em relação a 2009. São apurados, por amostragem, os volumes médios diários captados nos estados da Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Nos três últimos estados e no Paraná, houve aumento de 4% e 6% na captação de leite no período. Em Goiás, houve diminuição. Em dezembro de 2010, o ICAP-Leite aumentou apenas 0,4% frente ao mês anterior, na média dos seis estados pesquisados.
Autor: CNA